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quinta-feira, 18 de julho de 2013

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Os sonhos do semelhante

Na ânsia de tentar manter aceso o clima das manifestações de rua, grupos de Guarujá vêm se reunindo em protestos isolados, mas nem sempre alcançam seu objetivo de mobilizar a população. Isso ocorre mais por falta de uma base de conhecimento das lideranças do que por inércia da massa. As queixas são difusas, como se tudo estivesse errado e a vida devesse recomeçar do zero. Porém, viver numa democracia pressupõe conhecer seu funcionamento.
Há muitas coisas erradas em Guarujá. Não há equipamentos públicos suficientes para atender as necessidades da população em setores diversos, como saúde, educação, assistência social e geração de renda. A riqueza que por aqui circula não diminui o abismo social entre os mais pobres e os mais fartos.
E, antes que as patrulhas ideológicas se apressem em condenar o escriba à forca, é preciso esclarecer que não há quem torça pelo seu fracasso. Ao contrário, as pessoas de bem querem ver as transformações ocorrendo de verdade, sem o risco de retrocessos, o que a fragilidade de algumas mobilizações permite. Trocando em miúdos, não dá para brigar contra quem não quer briga.
Bom seria se toda essa energia fosse canalizada para a definição de uma agenda de mudanças, que falasse o idioma das ruas e também apontasse para um cenário de possibilidades reais de transformações. Quem educa, quer a volta da Diretoria de Ensino do Estado. Quem cuida, quer mais aparelhos de ultrassom na cidade. E por aí vai. Afinal, quem ama preza pelo sonho de seu semelhante.

Valdir Dias
Jornalista - Colaborador


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