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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

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Um lugar para morar
As invasões de áreas verificadas neste final de semana, em Guarujá, nos remetem ao cenário original da história da cidade, cuja ocupação desordenada é farta matéria-prima para quem pretender, no futuro, explicar nossa formação social, econômica e antropológica. Afinal, uma cidade que tem um dos maiores déficits habitacionais do país, não pode se dar ao luxo de não entregar ao menos uma casa popular por dia.
O problema da falta de moradia, que já era imenso, vai ficando cada vez mais grave ao longo dos anos que passam e, evidente, se transforma em combustível para diferentes interesses políticos. Bom seria que os programas de habitação popular se tornassem realidade antes que os sonhos virassem pesadelos. As invasões do fim de semana, entretanto, nos mostram que estamos andando para trás.
Para viabilizar um programa habitacional, os gestores de governo devem garantir os recursos e dispor de área com espaço suficiente para a quantidade de residências a serem construídas. O uso da área no bairro Cantagalo parece uma solução possível, pela proximidade com os locais de remoção. No momento, porém, a área está sob o foco da invasão, correndo o risco de se tornar, no futuro, outro bairro carente de infra-estrutura.
No Morrinho, a revolta das famílias também se dá diante da existência de áreas desocupadas, ao mesmo tempo em que o bairro e as famílias crescem e se multiplicam como manda a Bíblia. Será preciso, portanto, que em algum momento da história os interesses se encontrem, de modo a atender as necessidades de quem realmente precisa da casa para morar, e não de quem só busca eternizar a cultura da especulação.

Valdir Dias
Jornalista

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