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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

ARTIGO

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Os lados de cada ilha
 
Os debates acerca da emancipação do distrito de Vicente de Carvalho têm sido dominados por argumentos econômicos muitas vezes inócuos e sem qualquer efeito prático. Discute-se, por exemplo, como se isso de algo valesse, quem perde mais, se Guarujá ou o distrito, com a divisão da ilha de Santo Amaro ao meio. A ilha caribenha de Curaçao, que é quase um país, não tem cidades e nem estados. Tem uma banda com o turismo e outra banda com a história de como aquele povo foi parar naquela ilha, seus costumes e crenças, sem que isso seja separado do seu crescimento.

Manifestações de independência, ao longo da história, nem sempre são marcadas pelos aspectos culturais ou sociais. O dinheiro sempre costuma ser mais preponderante e eficiente na conquista de novos adeptos. Ora, direis, se a arrecadação de cada lado fosse baixa não haveria metade morando em cada parte. Evidente que a emancipação se apresente, no momento, como um tema que fascine e encante, pois não sairá do papel tão cedo. O projeto que a regulamenta ainda está na pauta do... Congresso Nacional.

Se analisarmos de perto nossas potencialidades e necessidades, chegaremos à conclusão de que Guarujá mal ainda se separou de Santos, já que os impostos da atividade portuária, por exemplo, ainda são recolhidos por lá. É lá que funciona a direção estadual de ensino e para chegarmos lá ainda dependemos de balsas do século passado. Melhor seria se consolidássemos a ligação física entre as duas margens com um túnel, que recebêssemos o fruto do transtorno do cais e daí sim, escreveríamos com mais clareza nossa história.
 
Valdir Dias
Jornalista

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