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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Pai de ex-jogador preso por assaltar crianças lamenta: 'Não entendo'

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Rapaz jogou futebol na base de Santos, Juventude e Grêmio.


Do G1 Santos



O pai de um rapaz que foi preso após ter assaltado duas crianças no bairro Enseada, no Guarujá, não consegue entender o que levou o filho, ex-jogador de futebol, que atualmente trabalhava como caldereiro, a praticar os crimes. O homem, de 22 anos, foi preso após duas estudantes, de 12 e 13 anos, terem passado o número da placa do carro dele para a Polícia.
As meninas voltavam da escola quando foram abordadas por criminosos, que perguntaram o horário e, em seguida, pediram os celulares e as carteiras das crianças, fugindo apenas com os aparelhos. Durante o período em que estiveram com os assaltantes, as meninas mantiveram a calma e anotaram o número da placa da moto. Assim que eles se foram, as meninas ligaram para a polícia.

Um dos presos tem passagem por furto. Já o outro tinha sido jogador de futebol e trabalhava com o pai em um estaleiro no Guarujá. Isaac Ferreira, pai de um dos assaltantes, esteve na delegacia e ficou surpreso com a atitude do rapaz. “Ele começou no Santos, depois foi para o Juventude e, de lá, foi para o Grêmio de Porto Alegre, encerrando a carreira prematuramente no Atlético Mineiro. No mundo do futebol ele conhece quase todos os jogadores por onde passou”, lamenta.

Com os dados passados pelas garotas, a polícia conseguiu encontrar e prender os assaltantes. Para Wagner Camargo Gouveia, delegado na cidade, a pouca idade e a calma das meninas surpreenderam. “O mais interessante é que uma tem 12 e outra 13 anos e, mesmo assim, elas tiveram a inteligência de ficar calmas e anotarem a placa na mão, com número e letra e, depois, passar para a viatura”, explica.

Isaac contou que o filho decidiu parar de jogar aos 17 anos, quando foi fazer um curso de eletricista. “Ele trabalha como caldeireiro em um estaleiro. Trabalhou hoje às 15h e saiu cedo. Quando foi a tarde já estava na prática do roubo. Para mim foi um choque muito grande, não esperava isso. Não sei o que levou ele a fazer isso. Não entendo. Eu sempre falo para ele. Quer parar de trabalhar para, vai estudar, vai fazer faculdade. O que a gente ganha dá para pagar a sua faculdade também”, afirma.

Isaac tentou encontrar justificativa para entender o que o filho fez. “Pela criação, pela educação que ele recebeu, apesar da gente sempre morar em um bairro humilde, ele nunca teve envolvimento com crimes. Conhecimento sim, porque foi nascido e criado conhecendo todo mundo. Isso para mim foi uma surpresa”, descreve.


O pai diz que pretende conversar com o filho para tentar entender o que aconteceu. “Vou conversar, ver o que levou ele a fazer isso, ou o que a gente falhou que levou ele a praticar esse tipo de coisa, porque isso foi inesperado. Ainda mais as duas crianças que ficaram aqui, dava pena de ver, coisa que a gente não quer para os nossos, acho que ele não quer para o filho dele. Ele tem um filho de cinco anos. Acho que ele não imagina alguém fazendo isso com o filho dele. Minha pergunta para ele vai ser ‘por que fazer isso com o filho dos outros?’ e sem necessidade”, desabafa.

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