Busque outras postagens!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

ARTIGO

0 comentários

Divisor de águas
O mais antigo divisor de águas que se tem notícia aconteceu há mais de três mil anos, quando o profeta Moisés separou o Mar Vermelho para que os judeus fugissem da escravidão. Muitos não acreditam nesta história, que é contada em textos bíblicos. E o mais recente divisor de águas aconteceu na última terça-feira, dia 6, na Câmara de Guarujá, quando os vereadores iniciaram o que parece ser um sincronismo com a voz das ruas. Mas, assim como na história bíblica, muitos relutam em crer que isso seja real.
Cada um dos 17 vereadores de Guarujá sabe que a população está insatisfeita com o estado atual da cidade. As obras paradas e uma escuridão inexplicável em importantes quarteirões fazem com que muitos se perguntem até quando isso vai durar. O clima de insegurança se revela cruel, em tiroteios e toques de recolher que dão ao cidadão a impressão de que é ele o marginal, não o bandido, posto que a cela é sua própria casa. E até então os vereadores se mantiveram confiantes de que o quadro mudaria para melhor, esperança que alguns deles ainda têm. Outros já visualizam o caos. Catapultados por uma sociedade mais ativa e ciente de seus direitos, os parlamentares voltam seus olhos para o eleitor, antes que ele lhe vire a cara.
Esta tomada de posição na volta do recesso, portanto, pode se transformar em um divisor de águas na política local. Não por acaso, o vereador que era líder do governo entregou seu posto em uma carta. Duas representações populares que buscam esmiuçar coisas públicas foram aceitas, o que nem sempre ocorre. Além disso, o dia teve rodízio de discursos em 17 tons de crítica. Entretanto, o roteiro para os próximos capítulos ainda está por ser escrito, o que desautoriza qualquer prognóstico antecipado. Como diria Moisés, oremos.
Valdir Dias
Jornalista – Colaborador

Leave a Reply

Compartilhe

Twitter Facebook Favorites