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segunda-feira, 8 de julho de 2013

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Do luxo ao lixo
Há mais de dez anos que escuto meus avós dizendo coisas sobre nossa cidade que não consigo acreditar. Não por serem ruins, mas por serem boas. Coisas como a beleza de Guarujá, o luxo, o glamour. Creio que tudo isso tenha se perdido ao passar do tempo. Hoje, Guarujá é uma cidade política. Uma mera ilhota fora de seu continente, onde um reino se formou.
A política de Guarujá ganhou uma força tão grande que consegue, hoje, ser independente do estado. Uma verdadeira política hereditária, onde famílias tradicionais são os grandes comandantes, que se
estabeleceu sem pedir licença à população. O reflexo disso é a situação precária em que a cidade se encontra.
No lugar de belos rostos embelezando a praia, legiões de mendigos que nem ao menos sabem onde estão. E o que fazemos para mudar essa situação? Absolutamente nada. Tentamos encontrar algo para mudar a situação, mas acabamos elegendo os mesmos políticos corruptos. Entregamos a nossa cidade nas mãos de políticos com um passado deplorável. Alguns que apareceram recebendo o famoso mensalinho, hoje estão representando o povo.
Um exemplo claro de que Guarujá perdeu sua essência é o lema Pro Maré Nostrum, presente na bandeira. O lema de nossa cidade significa “para o nosso mar”. Para o que no nosso mar? Para nos envergonharmos com a sujeira que Guarujá exibe aos turistas? Para ficarmos tristes com nossas praias sumindo? Talvez seja essa a saída. Tomar vergonha na cara e cuidar do que é nosso.
Mas como retornar a cidade a um patamar aceitável? Trocar tudo? Talvez, quem sabe... Como disse Augusto de Campos em uma de suas poesias concretistas mais famosas, o luxo tem um pouco de lixo e o lixo tem um pouco de luxo. Quem sabe resgatar um pouco deste luxo que está no lixo de nossa cidade seja a saída.
Francisco Sassi


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