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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Artigo

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A cidade imaginária
Em uma cidade imaginária, é possível que um político sinta vergonha de sair de casa, diante da hipotética incapacidade de resolver alguns dos problemas mais corriqueiros da população. Supondo que esta cidade possa ser Guarujá, os exemplos são múltiplos e variados para algumas providências que, sem qualquer exagero, já atravessaram os séculos.
Das enchentes que afligem os moradores do bairro Santo Antonio, a cada vez que a maré enche e traz os peixes de volta, ao sem fim das obras do túnel ou do calçadão da praia da Enseada, passando pela escuridão das ruas do Centro, causadas pela vastidão das folhagens de árvores inadequadas, todos são problemas que aguardam solução há mais tempo do que deviam.
Para quem aguarda há anos pela substituição da passarela que supera a linha de trem e permite acesso à Estação das Barcas, nada mais lógico do que saber que os transtornos causados pelas obras de acesso ao cais vão demorar muito mais do que se imagina, assim como é razoável supor que a freqüente interrupção no fornecimento de energia elétrica, pelo jeito, nunca terá solução.
Quando o mundo já estava pronto e bastava ao homem administrar as heranças divinas deixadas pela natureza, a civilidade optou por criar um posto a ser ocupado por alguém que cuidaria do pré-fazer, ungindo assim o cargo do prefeito. Para verificar que tudo fosse perfeito, criou-se também a figura do vereador. Ambos são eleitos por um concurso de popularidade, que nem sempre respeita a capacidade. Tudo isso aconteceu na cidade imaginária do início do texto, onde o político sentia vergonha de sair de casa.
Valdir Dias
Jornalista - Colaborador

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