De volta para o futuro
A cada vez que um cidadão de Guarujá olha para o passado, a cidade se distancia do seu futuro. Afinal, de nada adianta idolatrar a nostalgia e o saudosismo em torno do glamour que a ilha de Santo Amaro obteve em tempos de outrora, quando príncipes e artistas freqüentavam suas praias, se não houver um olhar atento acerca das necessidades do presente e do tempo que há de vir.

A fama trouxe o boom imobiliário, atraiu a mão de obra da construção civil e, hoje, as pessoas se amontoam em conglomerados urbanos formados às pressas e nem sempre ao rigor da lei. A ocupação desordenada e a preguiça dos então detentores de poder pelo planejamento fizeram com que Guarujá acumulasse problemas que nem são insolúveis, mas requerem uma boa dose de boa vontade.
Ao enaltecer o passado, porém, os homens públicos de hoje correm o risco de se aproximarem de seus antecessores, até porque nunca mais o passado irá se repetir, na forma que sonham os saudosistas. Não haverá cassino capaz de atrair de volta a realeza, se não combatermos de frente a questão dos arrastões nas praias, da iluminação pública deficiente e outros tantos dramas que assustam os que por aqui residem e afastam os que pretendiam chegar.
Valdir Dias - Jornalista – Colaborador