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quinta-feira, 2 de maio de 2013

ARTIGO

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Guarujá: não há vagas!
(Valdir Dias)

Quando a sirene apita, é hora do trabalhador de Guarujá pegar a balsa para chegar a Santos ou subir ao ônibus que o levará a Cubatão. A cidade-ilha que mais fecha postos formais de trabalho na Baixada está afugentando seus operários para outras cidades. Alguns vão mais além e já mudaram até de região.
Uma advertência às autoridades: os números não mentem. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) é um estudo estatístico produzido pelo Ministério do Trabalho e reflete a atividade econômica formal em todo o território nacional. O levantamento vale-se das informações mensais geradas pelos empregadores e faz uma relação matemática entre quem teve a carteira assinada ou nela deu baixa, naquele período.
Ao preço de uma economia baseada na volúpia do mercado financeiro, o país vem gerando mais vagas do que perdendo, mas há exceções, como é o caso de Guarujá, que puxa os índices da Baixada Santista para baixo. Pior. Nos meses em que a atividade econômica deveria estar mais ativa, durante o verão, a quantidade de vagas fechadas é ainda mais surpreendente.
Em janeiro deste ano, Guarujá registrou a perda de 220 postos de trabalho, número que aumentou para 413 vagas em fevereiro. Quando todos pensavam que haveria uma recuperação em março, nova surpresa negativa. A diferença entre as vagas abertas e as vagas fechadas deixou um saldo de 303 pessoas desempregadas na cidade.
Uma das diferenças entre a ilha de Santo Amaro e o continente pode estar na forma como a sociedade civil e suas autoridades encaram o dia primeiro de maio. É preciso que, além da festa e do dia de folga pelo feriado, as pessoas percebam que a data deve servir para reflexão, consenso e uma tomada de posição conjunta.
Ninguém ou nenhuma autoridade de agora pode ser responsabilizado sozinho pela estatística negativa da atividade funcional por estas plagas, mas também não há como alguém resolver de forma isolada um problema tão complexo. O dia primeiro de maio é a data específica para este encontro de ideias e opiniões, pois é nesse dia que, como diz o poeta, a sirene não apita.
valdir.guaruja@uol.com.br

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