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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Dia Nacional de Prevenção e Combate a Hipertensão

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Pressão alta e envelhecimento
(Dr. Antonio Mendes Neto)


É muito comum, e a cada dia mais, face ao envelhecimento da população, termos indagações sobre a pressão normal para pessoas idosas, ou mesmo qual o valor ideal para um idoso que já apresente pressão alta.
É preciso diferenciar o idoso do muito idoso. Existe alguma controvérsia se o idoso seria aquele acima de 65 anos de idade (países desenvolvidos) ou 60 anos de idade (países em desenvolvimento como o Brasil) e muito idoso acima de 80 anos (países desenvolvidos) ou 75 anos no nosso caso.
De qualquer forma, entre 60 e 75 anos os valores são os mesmos para pessoas mais jovens, ou seja, entre 130/80 mmHg e 140/90 mmHg (para alguns entre 120/80 e 140/90).
Para aqueles acima dos 75 anos, a história é um pouco diferente.
Até recentemente não se tinha uma certeza se tratar pessoas com pressão alta nesta faixa etária seria benéfico. Pasmem, esta resposta só veio em 2008. Porém todos os estudos realizados até hoje com pessoas idosas não tiveram como objetivo pressão de 130/80 e sim de 150/90. Há até alguns que compararam estes dois valores, sendo que houve menos complicação com o 150/90 do que com o 130/80.
Desta forma, baseado nesta série de estudos, para pessoas acima de 75 anos e principalmente acima de 80 anos, valores de 150/90 ou até mesmo de 160/90 são bastante aceitáveis.
Óbvio que se a pessoa sente-se bem com níveis de 130/80, ótimo, mas a neurose de se buscar pressões muito baixas tem-se mostrado mais lesiva do que favorável.
Importante lembrar que nos idosos o que prevalece é o endurecimento dos vasos e não o excesso de atividade de determinados hormônios como em faixas etárias mais novas, o que faz com seja muito comum encontramos pessoas com valores de 160/60; 170/70 e assim por diante.
Estes casos tendem a ser mais complicados pois os medicamentos não baixam apenas a máxima; eles baixam as duas e pressões mínimas abaixo de 65 podem determinar falta de fluxo sanguíneo nas artérias coronárias, podendo causar até um infarto.
Outra consideração importante é a de que nesta faixa etária nós temos um conjunto de doenças. Dificilmente temos alguém só com pressão alta. Geralmente encontramos diabetes, problemas de colesterol; ácido úrico, problemas neurológicos como Parkinson, demências e outros problemas, tornando o tratamento mais cuidadoso para que um não interfira negativamente no outro.
Em conclusão: os muito idosos podem ter níveis de pressão mais elevados que os idosos e os jovens, o tratamento requer um conhecimento maior tanto da doença em si como também das possíveis doenças associadas e as intervenções devem ser feitas com muito mais cuidado.

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