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sexta-feira, 19 de abril de 2013

ARTIGO

1 comentários
“Vamos botar de lado os entretantos e partir logo pros finalmentes”
(Clara Gurgel)
Assim como foi o grande evento de inauguração da maquete da ponte, em 2010, ontem, mais uma vez o Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteve em Sucupira, quer dizer, no Guarujá, entregando mais uma balsa à travessia Santos/Guarujá. Festa bonita, povo cheiroso, discurso e, pelo menos, uns quinze anos de atraso na entrega, marcaram a cerimônia. A imprensa da região, abusando da parcialidade, fez “festinha” junto. Tem jornal de Santos fazendo até enquete para a escolha do novo nome da embarcação. Não vi em nenhum dos nossos respeitados periódicos, por exemplo, a menção da Ação movida pelo Ministério Público do Guarujá, pressionando o Governo do Estado a aumentar o número de embarcações, sujeitando-o a onerosa multa, caso não o fizesse. Desculpem-me a ingenuidade!”Assuntos desagradáveis” não devem ser abordados em ocasiões festivas, não é mesmo? Ok. Implicância minha.

Quase já me convencendo de que ando mesmo ranzinza, abro o jornal e lá estão mais, e más, notícias sobre o Governo do Estado, dessa vez representado na figura da Sabesp. Inacreditável que aquele homem, nosso ilustre Governador, ontem falando com tanta propriedade sobre os problemas que afligem a Baixada Santista, seja o expoente máximo de um governo responsável por uma empresa tão deficiente quanto a Sabesp. Conforme a Lei, a prestação de contas do serviço (mal prestado) está publicada no Diário Oficial do Guarujá. Não estou inventando nada, eu juro! Laudos e mais laudos onde a conclusão em relação à qualidade da água fornecida para consumo é sempre a mesma: INSATISFATÓRIA! Absurdamente, várias escolas constam como postos de coleta dessas amostras. Se tivesse visto esses laudos antes, teria avisado o Governador que criança com diarréia (ou com piriri, como dizia a minha avó) não consegue usar a barca nova.

Uma última olhadinha rápida na Internet antes de sair e, mais uma morte causada pela dengue. São sete agora na região. Mas nós não temos o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, referência em tratamento de doenças infectocontagiosas e que, segundo o seu coordenador David Uip, está com a sua capacidade máxima desde junho de 2012? Por que as pessoas estão morrendo de dengue? Onde está o erro?

Infelizmente, empresas públicas corroídas pela burocracia, ineficiência e corrupção, contribuem cada vez mais para o processo de judicialização da Administração Pública. Aquilo que deveria ser um DIREITO do cidadão e uma OBRIGAÇÃO dos governos, só tem chegado à população, e minimamente, através de Ações na Justiça. Estamos à mercê da própria sorte ou do Deus de sua preferência. Se tiver fé, reze, ore, peça aos Céus, que a “nau não fique à deriva”, que “dor de barriga dê uma vez só”, e que a dengue não o leve “dessa para uma melhor.” Se sobrar tempo para algo mais racional, procure apurar o senso crítico e perceber o que há por trás dos palanques, das festas bonitas e do povo cheiroso que tem o dom da oratória. Caso contrário, o “azar é seu!” Pior, “nosso”.

One Response so far.

  1. O estilo limpinho deste governador já está começando a irritar seus mais fiéis defensores, haja vista a incapacidade de cuidar de algo que os paulistanos consideram o mais importante: suas posses. Enquanto era só o povo, azar o seu! Pior, nosso.

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