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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

PM envia Força Tática para desbloquear acesso a terminal da SantosBrasil

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Os policiais foram ao local cumprir mandado judicial emitido na tarde desta terça-feira em favor da empresa



O comando da Polícia Militar da 6ª região (Baixada Santista) mobilizou, pelo menos, 10 equipes da Força Tática para o desbloqueio total dos gates de acesso ao terminal da Santos Brasil, em Guarujá. Os policiais foram ao local cumprir mandado judicial emitido na tarde desta terça-feira em favor da empresa. O objetivo é dar fim à série de protestos que caminhoneiros fazem em Guarujá nos últimos dias, o que tem causado enormes congestionamentos na Rodovia Cônego Domênico Rangoni. 
“Mobilizamos 10 viaturas e 35 homens para cumprir a ordem. Tudo ocorre dentro do previsto”, garantiu o comandante do CPI-6, Carlos Celso Castelo Branco Savióli.

Também, no início da tarde, a Prefeitura de Guarujá determinou o fechamento das entradas da Cidade para caminhões. O objetivo é dar fluidez ao tráfego na região portuária, compreendida entre a Rua do Adubo e a Avenida Santos Dumont, prejudicado com o protesto de caminhoneiros que bloqueiam a entrada do Terminal de Contêineres (Tecon) do Porto de Santos. As vias permanecerão fechadas ao tráfego de carretas até que a situação seja normalizada.

Desde às 10 horas, da última terça-feira, os motoristas que utilizam as vias de acesso à entrada de Guarujá e as rodovias SP-248 e Conêgo Domênico Rangoni, sentido Bertioga, estão sofrendo com os constantes congestionamentos provocados pela manifestação dos caminhoneiros. Eles reivindicam o pagamento de estadias e agilidade nas operações de carga e descarga de mercadorias no terminal da Santos Brasil.

A prefeita do Guarujá, Maria Antonieta de Brito, notificou a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), responsável pela organização do Porto de Santos, a comparecer ao Paço Municipal e apresentar soluções para o problema.

"A população precisa de uma solução imediata das empresas portuárias e da Codesp, para que os munícipes não sejam prejudicados com os congestionamentos", disse Antonieta.

Segundo o executivo guarujaense, em reunião realizada durante toda a terça-feira, a Codesp se comprometeu a apresentar um cronograma de execução dos viadutos da Perimetral, que está atrasado. Informou também que a companhia terá de se manifestar sobre área já solicitada, em caráter provisório e emergencial, para estacionamento, com capacidade para 450 caminhões.

A assessoria da Codesp informou que, desde a tarde desta quarta-feira, representantes da Guarda Portuária e da Diretoria de Infraestutura da companhia estão reunidos com equipes da Prefeitura do Guarujá para tratar o assunto e apresentar propostas para solucionar o problema.


Gestão de crise

Os problemas com o número excessivo de caminhões, que se dirigem a Margem Esquerda do Porto de Santos, em Guarujá, começaram no último dia 20, quando as filas atingiram cerca de 10 km. Na última sexta-feira, a prefeitura criou o gabinete de Gestão de Crise para realizar o acompanhamento do movimento de caminhões na entrada e saída da área portuária.

O grupo é formado por representantes das secretarias de Coordenação Governamental, Defesa e Convivência Social, Desenvolvimento Econômico e Portuário e Advocacia Geral do Município, além das Polícias Militar e Rodoviária, Polícia Federal, Guarda Portuária e Câmara Municipal.

No encontro, foi firmado um acordo entre Prefeitura e Codesp, para liberação imediata dos caminhões carregados com grãos e a desobstrução das linhas ferroviárias, a fim de permitir a operação da América Latina Logística (ALL). As empresas portuárias se comprometeram a informar a quantidade de caminhões que receberão por dia.

Resistência

Os caminhoneiros garantiram que não sairão do bolsão de entrada do Tecon até sexta-feira, quando está marcada uma reunião entre os diretores da empresa.

“A polícia não fará nada. Todos os motoristas foram embora para suas casas e deixaram os caminhões parados. Não haverá conflito”, disse o diretor do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Contêineres de Guarujá e Santos (Sindcon), Rodrigo Evangelista da Silva.

O terminal de contêineres da Santos Brasil pode receber 3.500 caminhões diários. Nos últimos dois dias, porém, apenas 26 veículos atravessaram os portões de acesso.

Acordo

Segundo o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Contêineres de Guarujá e Santos (Sindcon), que participa das negociações junto aos caminhoneiros, o protesto teve início devido a Santos Brasil não cumprir o acordo firmado na reunião de sexta-feira.

"A ALL (América Latina Logística) está respeitando sua parte no acordo. Reduziu o tempo de espera e absorveu toda a carga de granéis. A Santos Brasil, por sua vez, não cumpriu o que prometeu e o resultado é isso aí", disse o presidente do Sindcon, José Nilton de Oliveira, o Doidão.

De acordo com o dirigente sindical, a empresa se comprometeu em reservar quatro gates para as operações de motoristas da região, aumentar o número de balanças em funcionamento e agilizar as operações dentro do terminal, o que não aconteceu.

Segundo Oliveira, das sete balanças existentes no terminal, apenas quatro estão em funcionamento. Além disso, o sistema de liberação está lento. Com isso, os caminhoneiros levam de seis a oito horas para operar no terminal, quando na verdade todo processo poderia ser completado em duas horas.

Insegurança

Diante dos congestionamentos e do bloqueio das entradas do Guarujá, insatisfeitos com a situação, moradores do entorno da Rua do Adubo cogitam a realização de manifestações no local. Alguns também reclamam da falta de segurança e questionam a disponibilidade de agentes da Guarda Civil Municipal para atuar na fiscalização do trânsito.

"O papel da Guarda Civil é vigiar o patrimônio público e não tomar conta de caminhoneiro. Enquanto eles estão aqui parados, outros locais da cidade ficam sem proteção", disse uma moradora que pediu para não se identificar.

Segundo a moradora, os agentes se revezam durante dia e noite no trevo de acesso a Vicente de Carvalho. "Eles recebem ameaças e tem de contornar situações. Mas vão fazer o que se nem armas eles têm? A Polícia Rodoviária não fica parada aqui. Passa, olha e vai embora", questiona. Temendo o pior, ela prevê: "A Rua do Adubo vai explodir. Tem morador querendo fazer manifestação". (AT Online)

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