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sábado, 8 de novembro de 2014

Artigo - É o que tem para hoje

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É o que tem para hoje


Um estranho fenômeno tem tirado o sono de algumas pessoas em Guarujá. Jovens de várias partes da cidade marcam por redes sociais, com uma impressionante e assustadora rapidez, encontros relâmpagos para ouvir e dançar funk. Até aí tudo bem. O problema é que o consumo de álcool é livre e leva às conseqüências que já conhecemos há tempos. O resultado tem sido a violência e a balbúrdia.

A situação preocupa principalmente a Força Tarefa de Guarujá, grupo de comprovada eficiência na contenção de delitos e confrontos, que é formado por integrantes da Guarda Municipal e outros órgãos públicos, com apoio das autoridades policiais e da Promotoria. No final de semana passado, cerca de dois mil se reuniram na praia do Guaiúba e, após a intervenção da Força Tarefa, se deslocaram para a praia vizinha, o Tombo. As versões menos alarmantes contam que algumas centenas perambularam em grupos, provocando transeuntes e causando certo pânico entre quem não sabia sequer o que acontecia.

Quem transgrediu a ordem pública e foi identificado pela equipe teve o pai notificado a comparecer a um encontro no dia 19 deste mês de novembro, desta vez no Estádio Municipal, onde irão receber orientação e assistir à palestra sobre os riscos a que seus filhos estão sujeitos, por conta da relação entre álcool, violência e integridade física. Os pais foram notificados por amostragem, já que há jovens de todos os bairros.

Políticas públicas que garantam entretenimento para os adolescentes em seus próprios bairros são necessárias, mas o direito de ir e vir sempre ganha destaque e provoca polêmica enviesada quando começa alguma discussão sobre esses “rolezinhos”. Não há como conter os jovens em seus bairros, se não houver atrativos relevantes. Ninguém, também, deve ser obrigado a ouvir o que não quer ou se aborrecer quando não se precisa disso, que é justamente no fim de semana. A busca de uma solução consensual é urgente e precisa envolver outros segmentos da sociedade, em especial do setor cultural, esportivo e educacional. É trabalhoso, mas é o que tem para hoje.

Valdir Dias
Jornalista

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