Fabiane Maria de Jesus foi confundida pela
população como falsa sequestradora
Do G1
Santos
O
responsável pela página na internet ‘Guarujá Alerta’ falou sobre o caso do
espancamento e morte de Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, no dia 3 de maio.
Ela morreu dois dias depois, após ficar internada no Hospital Santo Amaro.
Fabiane foi atacada por uma multidão depois da publicação de um retrato falado
no Facebook de uma mulher que realizava rituais de magia negra com crianças
sequestradas.
O dono da
página prestou depoimentos à polícia e afirma estar com medo, por receber
ameaças de morte. Ele não se considera culpado pelo crime que aconteceu no
bairro Morrinhos, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Em entrevista ao G1,
o administrador do site, que não quis se identificar, fala sobre os principais
tópicos levantados durante os últimos dias.
Responsabilidade
"Não tenho nenhuma responsabilidade. Não sou culpado, como já disse ao
delegado, sou declarante. Estou colaborando com as investigações. Estou à
inteira disposição da polícia para ajudar nas investigações. Tanto que já
deixei meu login e senha à disposição da Polícia Civil, para que haja um
desfecho mais rápido e os culpados, as pessoas que foram lá e fizeram aquela
atrocidade, sejam presos. E que a polícia busque aquele que apontou para ela no meio da rua e disse 'essa sim é a
sequestradora'. A suposta sequestradora de uma enorme mentira que inventaram na
cidade. Não tenho nenhuma responsabilidade".
Publicação
do retrato falado
"Foi publicado um retrato falado. Nunca publicamos foto alguma, como diz o
advogado da família. Horas depois foi removido. Não me sinto culpado porque
minha intenção sempre foi alertar a população do 'Guarujá Alerta' que tudo se
tratava apenas de um boato. Já estávamos mostrando, nitidamente, para a
população ver que realmente aquilo se tratava de um boato. Então faltou,
daquele pessoal que foi lá e fez aquela atrocidade, interpretar um pouco mais o
que nós estávamos querendo passar para a população. Foi retirado horas depois
do ar, já começamos a montar as notas informando para a população que isso era
apenas um boato".