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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

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Fogo no chão 
O fogo que se alastra e destrói barracos em Guarujá é a conseqüência de uma fagulha que começou a queimar agora, mas esta chama já está acesa há tempos, desde que a ocupação desordenada passou a ser regra ou detalhe, risco demais para uma cidade que hoje ostenta indicadores sociais nocivos ao bem estar comum.
Esse desarranjo habitacional, que tem sido combatido com muitas palavras e inúmeras promessas, ajuda a ampliar os números ruins das estatísticas sociais. Há, atualmente, projetos consistentes para amenizar esse caótico quadro, mas sua execução depende em demasia de verbas de outras esferas de governo para sair do papel.
A falta de planejamento do passado é a causa e o efeito da triste realidade do humilde homem, que na manhã de quarta-feira saiu de casa para trabalhar, mas na volta encontrou seu lar queimado, seu chão arrasado e sua família desalojada. Resta-lhe esperar que os projetos anunciados sejam viabilizados.
Quem cuida do setor habitacional, em Guarujá, sabe com clareza da carência real da população. São milhares de residências para abrigar a demanda existente, ou seja, pessoas que habitam áreas de risco ou de fragilidade social. Estas pessoas nem deveriam estar ali, mas a necessidade de ontem foi o fator determinante que definiu seus vizinhos.
Para amenizar seu drama, programas federais e estaduais são anunciados com pompa e circunstância. Ao município, cabe apresentar projetos viáveis e factíveis, o que está sempre pronto, impresso e digitalizado, nas gavetas, nos armários das hostes do poder público.
A boa notícia é que sabemos como resolver o problema, mas não temos o dinheiro suficiente para tanto. A notícia pior, entretanto, é que o incêndio não encerra o drama do humilde homem que amanhã sai de casa novamente para trabalhar. Quando voltar, já não saberá onde é o seu chão.
Valdir Dias - Jornalista

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