- Folha de
São Paulo
Algo destoa na paisagem de verão
das praias de Guarujá, no litoral norte de SP. Entre a areia e o mar, há de
tudo: peixe morto, garrafa PET, embalagens plásticas, muitas bitucas de cigarro
e até solado de um tênis velho.
Durante dois dias, a Folha
acompanhou banhistas na cidade e constatou que o lixo nas areias da praia é uma
reclamação recorrente. "Durante as férias é sempre assim, não tem jeito. A
praia lota, e o lixo fica", reclama o administrador Leandro Corrêa, 38.
"Os funcionários da
prefeitura até passam recolhendo o grosso do lixo. Mas sempre fica algo para
trás", diz o engenheiro Marcelo Basso, 50.
Quem também reclama são os
vendedores ambulantes e comerciantes locais. "Quando a gente chega para
trabalhar, às 8h, nós é que temos que passar um rastelo aqui em volta. A
prefeitura passa só uma vez por dia aqui", diz a vendedora de coco da
praia das Pitangueiras, Inês Vieira, 35.
Segundo os comerciantes, a
situação piora quando chove forte, como na tarde ontem, quando a reportagem
esteve nas praias Pitangueiras, Pernambuco e Enseada.
Os canais que recolhem a água da
chuva na cidade desembocam no mar levando também o lixo das ruas.
Na praia da Enseada, a que mais sofre
com dejetos, os canais fluviais levaram muitas sacolas plásticas e garrafas
PETs ao mar.
A Prefeitura de Guarujá afirmou,
em nota, que a coleta de lixo na orla é realizada diariamente, durante a noite,
e a varrição da faixa de areia, três vezes por dia. As equipes de limpeza foram
reforçadas desde o segundo dia do ano.
O município pede a colaboração
dos frequentadores para manter a limpeza das praias, jogando o lixo nas
lixeiras do calçadão.