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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Setenta famílias esperam há oito anos por projeto habitacional em Guarujá

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Famílias foram retiradas de área protegida por lei ambiental. 


Do G1 Santos

Setenta famílias do Guarujá que foram retiradas de uma área protegida por leis ambientais, aguardam, há oito anos, um local para morar. As famílias recebem auxílio moradia no valor de R$ 200. As famílias moravam às margens do rio Santo Amaro, embaixo de uma ponte na Avenida Santos Dummont.
Segundo os beneficiários, o valor não condiz com a atual realidade dos aluguéis da cidade. “Eu pagava R$ 250, agora pago R$ 400 para moradia. Só água e luz já dá mais de R$ 100. Eu tenho que tirar mais de R$ 300 do meu bolso para pagar isso aí. Eu sou uma pessoa já de idade, quase não trabalho mais, ainda mais que tenho um defeito na vista. Fiquei praticamente na rua”, reclama José Manuel da Silva, catador de reciclável.
Segundo os moradores, o auxílio aluguel deveria ser dado por pouco tempo, porque as famílias seriam encaminhadas para projetos habitacionais da cidade. Maria das Graças de Brito, outra ex-moradora do local, explica o que seria o acordo. “A gente ia para o CDHU, agora falam que aqui não tem lugar para construir CDHU, que precisa de muita gente. E a gente vai ficar nessa espera até quando? Sou uma cadeirante. Eu acho que todo mundo tem direito a uma moradia”, afirma a dona de casa.

Lerdijane Maria Corrêa é uma das moradoras que aguardam um destino definitivo para a família. “Faz oito anos que a gente vive de auxílio aluguel. A promessa era que em um ano e cinco meses devolveriam nossa casa, mas até agora nada”, afirma.

Johnson Baltazar guarda o diário oficial do ano da desocupação, onde se anunciava o fim das condições subumanas em que as 70 famílias viviam sob a ponte. “Fomos procurar a Prefeitura e a representante nos falou que nós não estávamos cadastrados em projeto nenhum do Guarujá. Consta no Diário Oficial que a gente está cadastrado num programa de habitação da CDHU, que ia ser construída atrás da praça de festa junina na Vila Zilda”, lembra.

Os moradores contam que as famílias vivem em condições iguais, inclusive os pescadores que viviam da pesca no local e que foram transferido para o Mangue Seco passam pelo mesmo problema. Antonio Nunes dos Santos diz que está reivindicando um píer para pesca. “Estou reivindicando um píer, para que a gente possa dar continuidade no nosso trabalho, mas até o momento não foi feito mais nada”, afirma.

Segundo a Prefeitura, todos os moradores que foram transferidos das margens do rio Santo Amaro, além do auxílio aluguel, foram inscritos no programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal e não na CDHU, como disseram. Para esclarecer as dúvidas e tentar uma solução para o problema, uma comissão desses moradores vai ser recebida hoje pela secretária de Habitação para uma conversa. O encontro vai ser às 17h.

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